segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Vestígio Cético

por Keissy Carvelli


Os ossos quebrados,
Esfarrapados,
Preenchem essa pele imunda,
Manchada pelo suor frio
E pelas inquietas
Desilusões
Presas em meus prantos.

Os ossos destorcidos
Fermentam essa pele grotesca
Queimada de sol
E molhada pela gota pueril
De dor feito lágrima
E solidão
Agarradas numa só fé.

Os destroços espalhados
Desfocam a nitidez
Cruel pintada em cores vis
Dessa infame arte
De chorar, chorar
E derramar os erros
Pelo caminho suave
Da face em compaixão.

Os ossos desarticulados
Não gritam, não temem,
Não esperam pelo milagre eterno.
A pele não respira,
Tampouco descansa em sono febril.

Os entulhos repletos de tristezas
E desfechos, e distúrbios
São dilacerados
Pelo vestígio cético
Desta utópica valentia
Dos romances em contos infantis.

Um comentário:

Renato Ziggy disse...

Como sempre, intensa e visceral! Amo isso na tua poesia, na tua prosa... Esses versos foram sangrentos. Gostei do tempero!

*Post novo em pesar de Alma*

Bjos!