sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Aquela tal embriaguês

por Keissy Carvelli

Talvez eu tenha a coragem escondida por entre meus dedos fechados, ou talvez a minha coragem seja uma criança avessa ao mundo brincando de esconde-esconde nas ruas estreitas entre o que eu quero e o que eu posso ter.
Meus olhos claros do sol te enxergam pelo céu azul e pelas estrelas das noites que surgem nos meus sonhos encantados, e pelos dias, pelos mares, pelas incertezas de todas as hipérboles. Desfaço qualquer intenção em pensamento e, logo qndo surge um sorriso, uma vírgula, um ponto de exclamação, vejo-me perdendo aquele sentido sólido, aquele controle manipulador, aquela forma e máscara.
Talvez seja a embriaguês, ou o som latente dessa sala de estar cheia de mim, tão vazia da sua voz, dos seus jogos de quebra-cabeça ...Tantas maneiras e já nem sei como é que vou dizer sem soar clichê.
Meus dedos não tocam os fios do seu cabelo e, ainda assim, posso sentir seu cheiro por perto, seu ar, seus olhos, seus sorrisos sempre tão abertos e envergonhados. Não há nada que eu goste mais.
Imaginei um poema, uma canção, um soneto: já existiam; pensei num sentimento, num apreço, num amor: já sentia; pensei nas manias, nos defeitos, nos seus traços: já queria.
Perdi o tempo, o espaço, o meu medo. Perdi qualquer coisa que fosse tão maior quanto eu, todavia, não perdi a vontade contínua de deitar naquela cama fria e imaginar todas as minhas impossíveis loucuras de te ter!

2 comentários:

Ilana Stivelberg disse...

já disse também.
perfeita e só.
: *

Renato Ziggy disse...

Ai, meu. Essas palavras aê são lindas. Se um dia uma mulher falasse pra mim tudo isso aí eu ia pirar o cabeção. Nem todo mundo é tão intenso, poético e embriagado a ponto de ter tanta coragem assim. Fabuloso! Bjos.