domingo, 23 de novembro de 2008

Para um Amor-perfeito sentido

por Keissy Carvelli

Olha, eu não vim aqui plagiar nenhum conto metido a bonito e famoso. Não quero parecer hostil. Caio Fernando muito me agrada, e se posso, neste segundo, bater os dedos freneticamente nesta ordem de frases, sons, e intenções, é por ele. Não. É por você.
Eu não quero te dizer adeus, eu não preciso, nós não precisamos. Amor só não basta, todo o mundo sabe. Você me disse, e talvez até eu mesma tenha me dito. Você me basta, e isto deve bastar. Eu devo bastar à você.
Eu quero te levar num Natal comum, te mostrar o meu jardim e as minhas histórias. Te levar por aí em noites de calor; tirar o teu sapato para sentir o asfalto tocando teus pés; te fazer correr como uma criança atrás de uma bola; te mostrar o céu inteiro de estrelas e lua de Ano Novo, o céu mais bonito que eu já pude sentir.
Há tantos pensamentos, tantos sentimentos perdidos aqui dentro. Há tantas vozes sussurrando versos aqui dentro, e agora eu posso ouvir. Eu posso ouvir toda a falta de inspiração, todo o cansaço, todo o silêncio.
Eu quero te levar num Natal. Estava o tempo todo procurando a sinestesia mais próxima, a comparação mais real, a aliteração perfeita. Metáfora. Eu quero te levar num Natal.
Eu tenho procurado você em todos os detalhes da minha cama, em todos os meus discos, cigarros, e livros. Eu tenho te procurado em letras de blues, em acordes dissonantes de MPB, em choros de samba, em timbres de vozes doces.
Eu tenho procurado uma maneira platônica para não deixar cair uma lágrima; eu tenho disfarçado os meus sentidos com o meu sono; eu tenho escondido o meu medo nos meus dias.
Há tantas lembranças nos meus braços, no meu rosto, na minha pele roubando a minha atenção. Há tanto sentido em não ver sentido algum para te dizer adeus.
Olha, eu vim aqui te escrever sobre os meus olhos, e minha respiração, minha saudade. Reinventar, aludir, plagiar, que seja! Eu quero te levar para ver o céu mais bonito que eu já senti, um céu de estrelas e qualquer lua que seja. Olha, eu vim aqui. Eu quero te levar para um Natal.

sábado, 22 de novembro de 2008

Não completamente

Por Keissy Carvelli

Os olhos se fecham
Por onde andarei sem teu sorriso?
Pode ser a última vez
De abraços inteiros,
Olhos de canto
E amores incontidos.

Meus olhos se fecham.
Por onde andarei sem tua presença?
Pode ser a última vez
De céu aberto,
Canções escritas
E versos sentidos.

Teus olhos se fecham.
Por onde andará sem meu abrigo?
Pode ser a última vez
De sonhos vividos,
Presentes escondidos
E beijos proibidos.

Meus olhos se fecham.
Não andarei sem tuas mãos comigo.
Pode ser a última vez
De sexo florescido,
Conversas discutidas
E perfumes confundidos.

Meus olhos se fecham.
Não pode ser a última vez.
Amor não se afasta com a distância, menina.
Amor eu guardo por dentro,
Esqueço defeito,
Desfaço receio.

Nossos olhos se fecham.
Não é a última vez.


p.s: Cansei dos meus clichês. Não há verso que traduza o sentido daqueles dias...sinto, muito.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Être

Não quero criar personagens. Eu quase não acreditei quando me disseram que eles tomam vida própria. Quase.