sábado, 24 de novembro de 2007

Princípio de Parte Alguma

por Keissy Carvelli

Grande poeta, com um metro e sessenta;
Bolsos cheios de ironia;
E versos livres postos à mão.

Grande poeta dos amores;
Do lirismo exagerado;
Das palavras pomposas;
Dos pontos e vírgulas alinhados;
E da cama estúpida em solidão.

Grande poeta noturno
De eu-lírico forte, doce;
Do subjetivo desconcertante,
Do choque em exatidão.
Dos títulos metafóricos;
Das metonímias, assonâncias,
Da criativa aliteração;
Das lágrimas em letras,
Das letras em prosa, em música.

Poeta dos raciocínios escritos;
Da voz em tinta, da tinta em tempo, trovão;
Da tempestade um céu claro;
E do toque, uma quimera,
Distante imaginação.

Grande poeta! Grande porcaria!
Grande Porre!
Quisera eu não ter poética alguma,
E não ter caneta, nem caderno, nem papel.
Quisera eu não ser ridículo, patético
Não ser insensato, extremista, paradoxo.
Quisera eu não ser poeta, nem puta
Nem o raio que o parta!
E então, eu seria, simplesmente.

2 comentários:

Anônimo disse...

Baixinho batuta e anti-existencialista, huh.

Anônimo disse...

1. adorei o nome, pq sempre me interesso por sinestesia. na vdd, as vezes acho q sou sinestésica, se é assim q se diz.

2. qual é a música q vc tocava?

3. "Quisera eu não ser poeta, nem puta
Nem o raio que o parta!"
mto bom!

4. novo blog adicionado!

=*