quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Pé de cebolinha

por Keissy Carvelli

Já era bem início de madrugada quando me coloquei na cozinha para preparar alguma coisa pro meu almoço do dia seguinte. Pode parecer estranho, entretanto não há nada que me deixe mais feliz do que fazer o que me dá vontade e na hora exata da vontade; e foi assim, além da necessidade, tive vontade de cozinhar!
Apanhei a carne na geladeira e por um tempo fiquei ali, parada, analisando e relembrando que tipos de ingredientes faziam parte de uma carne moída para pastel. Na porta da geladeira avistei o vidro de azeitona, e logo ele estava em minhas mãos. Tudo pronto: cebola, azeitona, caldo de carne e alho. Misturados ao óleo já na panela tudo tomava a forma exata do proposto.
Colher de pau vai, colher de pau vem, um reflexo rápido de consciência e memória me fez lembrar do, senão primordial, mas importantíssimo ingrediente faltando na minha carne: cebolinha!
É a alma do negócio. Carne de pastel sem aqueles pedacinhos verdes no meio é como comer lanche sem hamburguer: incabível!
Ainda posta à frente do fogão passei a pensar na tal da cebolinha. Lembrei que meu pai - lê-se como aquele que faz a feira - não compra cebolinha há anos, seria inútil procurar na geladeira. E assim, numa eternidade de uns 30 segundos estava eu lá, no local que me traria a tão necessária cebolinha.
Acendi as luzes do imenso quintal, e, andando pelas pedras, cheguei ao canteiro das flores, onde meu pai passa horas e horas numa leve brincadeira de descontração. Lá estava ela: a cebolinha, e não só uma, mas sim um pé dela, vários pés dela. Quanta cebolinha!
Apanhei três ou quatro pézinhos e voltei feliz, para a minha carne, que agora sim, seria uma típica carne moída de pastel, com azeitona e cebolinha!

Que eu não tenha uma piscina, nem uma sacada em minha casa; que seja quarto/cozinha/banheiro, e que não caiba um cachorro, todavia, tenho como convicção que lá terá um pé de cebolinha, seja em quintal ou canteiro, mas que seja cebolinha!

Um comentário:

Anônimo disse...

Huh, quantas vezes já não fiz um bife às 6h da manhã, antes de dormir? Comer sem horário é muito mais divertido. E não engorda.