por Keissy Carvelli
Perdia os sentidos.
Exilava seus toques ausentes
Pelo vão da porta fechada
Enquanto deixava a voz entrar
Suave e doce
Por entre o tapete da sala-de-estar.
Chantageava em tom arrogante
A falta de controle
Penetrante e insegura,
Tão embriagada de prazer
Capaz de fazer sonhar em sonos,
Sorrir em gestos, musicar em estrofes,
Indagar em melodia.
Perdia os sentidos.
Constatava a cada segundo
O efeito sutil
Do aroma de seus traços
Tocando-a por dentro
Feito uma criança
Em dia de sol e céu aberto.
Fechava os olhos.
Não encontrava os motivos
De tantos suspiros longos
E desastrados.
Fechava-se
E se contorcia da ilusão
Triste e encantadora
De tocar-lhe os lábios.
Cerrava os olhos.
Perdia os sentidos.
Destoava das cenas mórbidas
De seus dias inválidos.
E aquela paixão discreta,
Platônica e tão pura
Silenciava os ruidos
Da solidão.
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