domingo, 21 de setembro de 2008

Ainda que

por Keissy Carvelli

Eu gosto quando ri espontâneo sobre qualquer bobagem que eu diga em tom sério. Eu gosto quando me surpreende com um beijo, e quando me invade com um olhar, dizendo bem lá no fundo, lá dentro de mim, aquilo que tua voz tampouco pode sussurrar.

Eu gosto quando perde a graça e abre só um pouquinho a boca expressando a sua indignação com as minhas palavras. Eu gosto do sorriso que se forma quando isso acontece.

Eu gosto quando existe apenas um ou dois travesseiros me distanciando de você, e quando recebo uma mensagem enquanto escrevo.

Eu gosto das nossas brigas, e da irritação que você me provoca. Gosto porque é o que te difere.

Eu gosto do teu perfume e do quanto me sinto segura com ele. Gosto do meu perfume encontrando o seu.

Eu gosto daquilo que não gosto, de tudo o que não suporto. Gosto porque é quando eu percebo que, ainda assim, eu sou estupidamente louca por você.

Eu gosto quando tenta não me perder, ainda que não tente me ganhar. Gosto porque é o que me faz voltar.

Eu gosto quando não há argumentos, nem explicações. Gosto quando não há desdém nem glorificação.

Eu gosto quando ri espontâneo sobre qualquer bobagem que eu diga em tom sério. Eu gosto porque é quando não há, sequer, um travesseiro entre o seu sorriso e o meu.


2 comentários:

diana stivelberg disse...

eu gosto do jeitinho todo peculiar que você escreve (:

Anônimo disse...

Adorei.