sábado, 15 de dezembro de 2007

Alquimia

por Keissy Carvelli

As canetas voam com o tempo
Findam-se a cada mês.
As folhas cheias de tinta,
Emaranhadas em palavras soltas
Tropeçam nas premissas da pontuação
E só. Estão só.

Meus sapatos intactos,
Isentos de riscos, de marcas do chão
Não andam pra qualquer lugar
Distante de mim.
As solas dos meus sapatos
Persistem na imobilidade serena
de quem passa um dia, uma vida
Num ensaio programado
Para não sair do papel.

Minhas idéias, minhas quimeras
Minhas meninas, minhas paixões;
Meticulosas linhas de sonhos
E devaneios.
Minhas linhas,
Subterfúgio seguro
Sem graça; com água e sal;
Sem céu, nem sol
Nem tato, nem pulso
Extraviando as mazelas de um coração.

Minha corrida de olhos fechados
Punhos frenéticos
Cama, lençol
Insônia e colchão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Uh, até o vestibular ficou emocionado, nunca falaram tão bonito dele.