por Keissy Carvelli
Ó Solidão, por que interrompe meu sono?
Por que desperta a cada manhã em meus braços
Sorrindo sem pressa de partir?
Solidão dos olhos negros dos desafetos
Do vazio inerte; do avesso; do desejo
Não vê minha angústia?
Não conhece meus pensamentos? Minhas palavras?
Não lê poesia? Não traduz meus versos?
Não sente ao menos culpa pelas promessas não ditas?
Não feche a porta ao entrar
Deixe entreaberta entre os suspiros
E a dor.
Não cansa de desatinar suas fraquezas sobre mim?
Não sente o toque frio de minhas mãos?
Se te faço versos é para te espantar de mim.
Se te rogo praga
É para saber a hora de voltar.
Sem pressa, sem calma
Sem intensas tempestades
Apenas vá
Limitando-se a uma breve despedida
Eu e você, a sós, na cama onde tudo começou.
Escute meu sono chegando
E parta sem fazer barulho.
Desarrume a sala em protesto;
Deixe seu perfume no lençol;
Guarde algum bilhete;
Beije meus lábios
E descanse em outro lugar
Onde possa repousar suas certezas
E seus monólogos insanos.
Desculpe a indelicadeza
Mas não te quero por aqui.
Prefiro o frio, o calor
O pranto, a insatisfação.
Prefiro o terno, o vestido
A explosão
Ao seus toques impessoais.
Não vire os olhos
Procure não me encarar.
Vá, Solidão
Não há mais nada aqui.
Pegue outro caminho,
Dormirei em paz
Sonhando sozinha.
Um comentário:
E a solidão vai embora pra de deixar mais só ainda.
:/
rs
Beijão.
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